domingo, 24 de julho de 2011

Adeus Emy!

Fui pego de surpresa ontem com a notícia da morte de Amy Winehouse. Surpresa, nem seria a palavra certa, porque pelas notícias que recebíamos sobre o consumo cada vez mais desmedido e elevado de drogas eu imaginava um final trágico para essa pérola da música internacional. As informações sobre o motivo do óbito ainda não vieram a tona. Segundo a imprensa britânica, hoje, domingo 24 de Julho, será realizada a necrópsia e aí sim, poderão atestar a causa mortis.
Amy Winehouse, nascida no subúrbio britânico e filha de Judeus enfrentou problemas de relacionamento familiar. Essa informação carece de fontes seguras! Dizem que o pai abusava de sua mãe e se isso aconteceu, certamente nisso, venha a residir a motivação para uma parcela da deformação psicológica na figura de Amy. Não adianta. Quem passa na infância, pré-adolescência, por situações de falta de afeto, amor, tem grandes chances de levar pra vida inteiras sequelas. Começou na música aos dez anos de idade e aos dezesseis já cantava profissionalmente. O seu primeiro álbum FRANK, lançado em 2003, já lhe rendera um destaque acentuado.  Pra mim, o melhor trabalho. Ao ouvir uma das músicas do álbum - não me recordo o nome - fui tomado por um êxtase incrível ao ser apresentado aquela voz magnífica e dilacerante. O segundo álbum BACK TO BLACK, 2006, que lhe rendeu seis indicações ao Grammy e cinco conquistas, lhe trouxe um reconhecimento muito maior. O terceiro álbum estava sendo costurado desde 2008 e em decorrência do massacre ao qual Emy submetia ao seu organismo pelo uso absurdo de drogas, esse álbum até hoje não foi totalmente concluído.
Amy em entrevistas havia confirmado que o seu ex marido Blake Fielder-Civil foi a pessoa que lhe iniciou no uso de drogas pesadas como heroína, cocaína e crack. Foi uma péssima influência para Emy e, infelizmente, por Blake ela parecia ser totalmente apaixonada. Após a separação, ostensivamente a sua situação piorou. Cada vez mais escândalos pipocaram e a imagem de Amy, física, profissional e psicológica foi se deteriorando. Quedas no palco, esquecimento das letras das músicas, xingamentos, foram essas algumas das polêmicas nas quais se envolveu. A última turnê da artista havia sido cancelada, no mês passado, em virtude de ter sido vaiada na Sérvia. 
Esteve no Brasil no início do ano e realizou shows em São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis e Recife. Ontem escutei a entrevista da gerente de produção de seu show aqui no Brasil que relatou que Emy não criou nenhum problema. Que havia parado com as drogas proibidas, se afogando de forma muito mais intensa somente no álcool. Disse também que Emy na intimidade parecia uma criança e que no show em São Paulo - no qual ocorreu um atraso - Emy estaria retardando a entrada no palco porque estava com medo do público tão grandioso.
O que fica de tudo isso é a certeza de que nossos artistas estão sendo soterrados pela maldição das drogas. Se enraizam no hábito deteriorante, talvez, por não estarem preparados psicologicamente para o sucesso. Acham que só assim conseguirão sustentar a fama. E são convencidos, erroneamente, que para serem verdadeiros ícones mundiais precisam passar uma imagem de malditos, excêntricos e admiradores das drogas. Até os próprios fãs são culpados por cultuarem e acreditarem que o uso de drogas por parte do artista confere aos astros uma aura mais bacana.
Que coisa lamentável nos depararmos com a informação de que grandes nomes da música morreram, assim como Amy, aos 27 anos. Ou seja, no início de uma vida. Todos vitimados pelo uso exagerado e ininterrupto das drogas. Janis Joplin, Jimi Hendrix, Kurt Cobain, grandes artistas!. Emy tentou por algumas vezes fazer tratamento para deixar o consumo de drogas. Fraquejou! Já envolvida de corpo e alma pela glamourização da drogas não teve forças para vencer essa batalha. Que Amy, esta formidável cantora, compositora, detentora de uma voz delirantemente bela, encontre o que não conseguiu encontrar nesta vida, a felicidade. Fica a obra emoldurada pelo Jazz, Soul, R&B que continuarão a nos embalar e a ecoar por esse mundo tão estranho.